Nova Lei de Tributação Digital no Brasil: O que Muda para Seu Negócio a partir de 2026?
O cenário tributário brasileiro é reconhecido mundialmente por sua complexidade, diversidade de legislações estaduais e municipais, e pelo impacto direto que causa nas empresas. Mas a partir de 2026 esse cenário começará a mudar de forma significativa com a implementação da Nova Lei de Tributação sobre o Consumo, fruto da Reforma Tributária aprovada pela Emenda Constitucional nº 132/2023 e regulamentada pela Lei Complementar nº 214/2025.
Essa transformação atinge todos os segmentos econômicos, mas merece atenção especial das empresas digitais, e-commerces, prestadores de serviços online e marketplaces, que terão ajustes mais imediatos em seus processos de precificação, emissão de notas fiscais e gestão de créditos tributários.
Neste artigo, você vai entender em detalhes os principais pontos da nova lei, o cronograma de transição até 2033, os desafios e oportunidades para o seu negócio e como se preparar desde já para não ser pego de surpresa.
O Coração da Reforma: O IVA Dual
O ponto central da nova lei é a criação de um IVA dual (Imposto sobre Valor Agregado), que substituirá cinco tributos atuais:
- PIS e COFINS → substituídos pela CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), de competência federal;
- ICMS (estadual) e ISS (municipal) → substituídos pelo IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), de gestão compartilhada por estados e municípios;
- IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) → será gradualmente extinto, tendo parte de sua função absorvida pela CBS.
Além disso, surge o Imposto Seletivo (IS), aplicado a produtos e serviços considerados prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, como cigarros, bebidas alcoólicas e combustíveis fósseis.
Principais mudanças em relação ao sistema atual
- Tributação no destino: o imposto será pago no estado e município de consumo, e não de origem. Isso acaba com a chamada “guerra fiscal”, em que estados reduziam alíquotas para atrair empresas.
- Não cumulatividade plena: o IVA garante que todos os créditos tributários sejam aproveitados, eliminando o efeito cascata de impostos embutidos em cada etapa da cadeia.
- Alíquota-padrão unificada: estimada entre 27% e 29%, variando conforme os setores. Haverá exceções para saúde, educação e transporte público, além de isenção para produtos da cesta básica e medicamentos.
- Cashback social: famílias de baixa renda poderão ter devolução parcial de tributos pagos, ampliando o caráter de justiça fiscal.
O Regime de Transição (2026–2033)
A implementação será gradual para permitir a adaptação de empresas, governos e contribuintes. Veja o cronograma:
- 2026:
- Início da fase piloto.
- Empresas devem emitir notas fiscais com CBS (0,9%) e IBS (0,1%), ainda sem recolhimento efetivo.
- Os tributos antigos continuam sendo cobrados normalmente.
- 2027–2028:
- Extinção de PIS e COFINS.
- A CBS passa a ser cobrada integralmente, com alíquota aproximada de 8,7%.
- O Imposto Seletivo começa a vigorar.
- O IBS ainda terá caráter simbólico, mas sua estrutura já estará em funcionamento.
- 2029–2032:
- Período de convivência entre os dois sistemas.
- O IBS substitui gradualmente ICMS e ISS:
- 2029: IBS 10%, ICMS/ISS 90%
- 2030: IBS 20%, ICMS/ISS 80%
- 2031: IBS 30%, ICMS/ISS 70%
- 2032: IBS 40%, ICMS/ISS 60%
- 2033:
- Extinção definitiva de ICMS, ISS e IPI.
- Plena vigência do IVA Dual (CBS + IBS).
Esse cronograma mostra que, embora a mudança seja progressiva, a preparação precisa começar já em 2025, principalmente para ajustes de sistemas de ERP, notas fiscais eletrônicas, gestão contábil e precificação.
Impactos Diretos para Empresas Digitais
As mudanças afetam todo o setor produtivo, mas empresas do mercado digital terão impacto ainda mais direto. Vamos detalhar:
1. Adaptação de Sistemas e Processos
Softwares de gestão, emissão de NF-e, marketplaces e ERPs precisarão ser atualizados para contemplar a apuração e o destaque dos novos tributos. Isso significa investimentos em tecnologia fiscal e treinamento de equipes.
2. Revisão da Precificação
Empresas que hoje se beneficiam de regimes diferenciados de ISS ou incentivos estaduais podem enfrentar aumento de carga tributária. Já setores que sofrem com efeito cascata terão redução. Um exemplo prático:
- E-commerce de eletrônicos → pode ter neutralidade ou leve aumento, pois hoje já enfrenta carga elevada com ICMS.
- Prestadores de serviços digitais (SaaS, agências, fintechs) → podem sentir impacto maior, já que o ISS (normalmente 2% a 5%) será substituído por uma CBS+IBS que, somados, giram em torno de 27%.
3. Gestão de Créditos Tributários
Empresas terão mais créditos para recuperar, mas também precisarão gerenciá-los com precisão para não perder valores. Negócios digitais que contratam serviços de nuvem, marketing e logística poderão compensar parte desses custos.
4. Treinamento de Equipes
Profissionais de contabilidade, financeiro e TI precisarão compreender as novas regras. Sem capacitação, aumenta o risco de erros em declarações e autuações fiscais.
5. Impacto em Setores Específicos
- E-commerces B2C: impacto moderado, mas precisarão ajustar precificação e margens.
- Marketplaces: terão que adaptar integrações fiscais para vendedores.
- Startups e fintechs: podem enfrentar aumento de carga, especialmente na prestação de serviços.

Desafios x Oportunidades
Desafios
- Ajustes de ERP e sistemas fiscais.
- Convivência de dois modelos tributários de 2026 a 2032.
- Revisão de contratos e repasse de preços a clientes.
- Maior necessidade de compliance fiscal.
Oportunidades
- Simplificação: fim da burocracia de múltiplas guias e legislações.
- Segurança jurídica: um sistema mais transparente e estável.
- Competitividade internacional: produtos e serviços brasileiros se tornam mais claros e previsíveis para investidores externos.
- Inovação: tecnologia passa a ser a base da gestão fiscal.
Como sua empresa pode se preparar
- Revise seus sistemas de gestão fiscal (ERP, NF-e, contabilidade): garanta que sejam compatíveis com os novos tributos.
- Faça simulações de cenários: entenda se sua carga tributária tende a aumentar ou diminuir.
- Reavalie sua precificação e margens: prepare ajustes para repasse ao consumidor ou absorção parcial.
- Capacite sua equipe: treinamento será chave para evitar erros e autuações.
- Conte com apoio especializado: uma contabilidade que entenda de negócios digitais é essencial para a transição.
Preparação é a Chave
A Reforma tributária representa um divisor de águas para o ambiente empresarial brasileiro. Embora a fase de adaptação seja complexa, os benefícios a longo prazo — como simplificação tributária, redução da burocracia e maior competitividade — são promissores.
Empresas que se anteciparem, investirem em tecnologia fiscal e buscarem orientação especializada estarão em posição de vantagem. A fase piloto de 2026 será fundamental para ajustar sistemas e processos sem grandes riscos.
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Na Atlantis Contabilidade Digital, somos especialistas em e-commerce, MEIs e negócios digitais. Estamos preparados para orientar sua empresa durante toda a transição, desde a fase de testes em 2026 até a plena vigência do IVA Dual em 2033.
- Atualização contínua com base nas normas mais recentes;
- Suporte tecnológico para adequação de sistemas e notas fiscais;
- Planejamento tributário estratégico para proteger suas margens de lucro;
- Equipe especializada no mercado digital, que entende suas dores e necessidades.
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Essa transformação atinge todos os segmentos econômicos, mas merece atenção especial das empresas digitais, e-commerces, prestadores de serviços online e marketplaces, que terão ajustes mais imediatos em seus processos de precificação, emissão de notas fiscais e gestão de créditos tributários.








