Nos últimos anos, os marketplaces se tornaram uma das principais portas de entrada para empreendedores digitais no Brasil. Plataformas como Mercado Livre, Shopee, Amazon e outras viabilizaram a criação de milhares de negócios online, especialmente após a pandemia. No entanto, com o crescimento exponencial desse setor, também veio um aumento da atenção dos órgãos reguladores — e o cenário atual é de maior fiscalização, novas obrigações e pressão regulatória sobre essas plataformas e os vendedores.
Neste artigo, explicamos o que está acontecendo, o que muda para quem vende em marketplaces e como se adaptar para continuar crescendo com segurança e dentro da lei.
Por que os marketplaces estão na mira da regulação?
O crescimento acelerado do e-commerce levantou uma série de preocupações por parte do governo e dos órgãos de fiscalização:
- Aumento do número de empresas informais vendendo online
- Dificuldade de rastrear operações e emissão de notas fiscais
- Concorrência desleal com lojistas físicos e e-commerces regulares
- Reclamações de consumidores e problemas com logística e devoluções
Diante disso, iniciativas do Congresso Nacional, Receita Federal, estados e órgãos como o Procon começaram a ganhar força, com o objetivo de responsabilizar as plataformas por irregularidades cometidas por seus vendedores.
Pirataria em e-commerces: um risco crescente
Além das questões fiscais e regulatórias, a pirataria tem sido um ponto crítico de atenção nos marketplaces. A venda de produtos falsificados ou sem licenciamento prejudica marcas, engana consumidores e pode gerar multas pesadas para vendedores e plataformas. Órgãos de fiscalização, como o Procon e a Receita Federal, estão intensificando operações para combater a pirataria em e-commerces, exigindo comprovação de procedência e notas fiscais dos produtos. Para quem vende online, investir em fornecedores confiáveis, ter notas de entrada e prezar pela autenticidade dos produtos é essencial para evitar bloqueios, sanções e prejuízos ao negócio.
Exemplo recente: o PL dos Marketplaces
O Projeto de Lei 533/2023, conhecido como “PL dos Marketplaces”, propõe obrigar plataformas como Shopee, Shein, Mercado Livre e outras a:
- Verificar os dados cadastrais dos vendedores antes de autorizar a venda
- Exigir o CNPJ e emissão de nota fiscal de todos os produtos vendidos
- Informar o consumidor sobre o local de origem do produto
- Responder solidariamente por práticas abusivas, como fraudes ou sonegação fiscal
Esse projeto ainda está em discussão no Congresso, mas já mostra a direção que o mercado está tomando: mais responsabilidade para as plataformas e mais exigências para os vendedores.
Aumento da fiscalização nas plataformas
Além das leis em debate, as próprias plataformas estão se antecipando e exigindo mais formalidade dos vendedores. É comum encontrar:
- Bloqueios de contas que não emitem notas fiscais
- Suspensão de anúncios sem origem fiscal clara
- Solicitação de documentos atualizados, como CNPJ ativo e inscrição estadual válida
- Auditorias internas automatizadas e manuais
O Mercado Livre, por exemplo, já implementou mecanismos automáticos de conferência de notas fiscais via integração com a Sefaz.
O que isso significa para quem vende?
Se você é vendedor em marketplaces, especialmente no comércio de produtos importados, moda, eletrônicos ou beleza, a tolerância com informalidade está cada vez menor.
Quem ainda vende como pessoa física ou MEI sem estrutura tributária adequada corre o risco de:
- Ter sua conta bloqueada ou excluída
- Ser multado pela Sefaz ou Receita Federal
- Ser responsabilizado por sonegação
- Perder credibilidade junto aos consumidores
Como se preparar para esse novo cenário?
A adaptação a esse ambiente regulatório é inevitável. A boa notícia é que vender com estrutura pode ser uma vantagem competitiva, já que muitos concorrentes ainda não estão regularizados.
Veja o que você pode fazer agora:
✅ Tenha um CNPJ regularizado (de preferência como ME ou EPP)
✅ Emita nota fiscal de todas as vendas, inclusive de entrada (importação)
✅ Mantenha sua inscrição estadual ativa e regularizada
✅ Utilize sistemas de gestão (ERP) integrados com a Sefaz e marketplaces
✅ Conte com apoio de um contador especializado no digital
Conclusão
O ambiente para e-commerces e marketplaces no Brasil está mudando. O foco regulatório e a pressão sobre as plataformas devem continuar crescendo nos próximos anos, com o objetivo de coibir a informalidade, aumentar a arrecadação e proteger o consumidor.
Para o empreendedor digital, a mensagem é clara: quem quiser continuar vendendo online com segurança e crescer de forma sustentável, precisa estar regularizado e bem assessorado.
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