Growshop Legal no Brasil? | Aspecto Legal e Fiscal

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Growshop Legal no Brasil?

O universo do cultivo indoor e da jardinagem especializada tem ganhado cada vez mais adeptos no Brasil, impulsionando o surgimento de um nicho de mercado promissor: as growshops. Essas lojas, físicas ou online, oferecem uma vasta gama de produtos e equipamentos para o cultivo de plantas em ambientes controlados, como sistemas de iluminação, ventilação, nutrientes, substratos e ferramentas. No entanto, para muitos empreendedores, a legalidade e os aspectos fiscais de um negócio como esse ainda geram dúvidas e incertezas.

Este artigo visa esclarecer as principais questões legais e fiscais envolvidas na abertura e operação de uma growshop no Brasil, desmistificando o tema e fornecendo um guia para quem deseja empreender nesse segmento de forma segura e em conformidade com a legislação vigente.

A Legalidade das Growshops no Brasil: Entendendo os Limites

Uma das maiores preocupações ao se pensar em abrir uma growshop é a percepção pública e a associação, muitas vezes equivocada, com atividades ilícitas relacionadas à cannabis. É fundamental esclarecer que a operação de uma growshop no Brasil é, por si só, uma atividade legal, desde que não haja comercialização de sementes de cannabis, plantas de cannabis ou qualquer produto derivado da planta que não seja regulamentado para fins medicinais ou industriais específicos.O foco principal de uma growshop é a venda de equipamentos e insumos para o cultivo de plantas em geral, sem distinção da espécie. Isso inclui:

  • Sistemas de Iluminação: Lâmpadas LED, HPS, MH, refletores, temporizadores.
  • Sistemas de Ventilação: Exaustores, ventiladores, filtros de carvão.
  • Nutrientes e Suplementos: Fertilizantes para diferentes fases de crescimento, estimuladores de raiz e floração.
  • Substratos: Terra vegetal, coco, lã de rocha, perlita.
  • Ferramentas e Acessórios: Tesouras de poda, medidores de pH e EC, estufas e vasos.
  • Sistemas Hidropônicos e Aeropônicos: Equipamentos para cultivo sem solo.

A legalidade da growshop reside no fato de que os produtos comercializados são de uso genérico para jardinagem e horticultura. A responsabilidade pelo uso final desses produtos recai sobre o comprador. A growshop, como qualquer outro comércio, deve se ater à venda de produtos lícitos e à emissão de notas fiscais correspondentes.

O Cenário da Cannabis no Brasil e o Impacto nas Growshops

É inegável que o crescimento do interesse em growshops está, em parte, ligado ao debate e à evolução da legislação sobre a cannabis no Brasil, especialmente para fins medicinais. Embora o cultivo de cannabis para uso recreativo continue sendo ilegal, há avanços significativos na regulamentação do uso medicinal e industrial da planta. O Supremo Tribunal Federal (STF) tem discutido a descriminalização do porte de pequenas quantidades de drogas para uso pessoal, e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem avançado na regulamentação de produtos à base de cannabis para fins medicinais. 

Essas mudanças, embora não legalizem o cultivo doméstico de cannabis para fins recreativos, criam um ambiente mais favorável para o mercado de growshops, à medida que mais pessoas buscam informações e produtos para o cultivo de diversas plantas, incluindo aquelas com fins medicinais (quando devidamente autorizadas). A growshop se posiciona como um fornecedor de ferramentas para um hobby ou uma necessidade legítima, e não como um promotor de atividades ilícitas. É crucial que o empreendedor esteja sempre atualizado sobre as leis locais e federais para garantir a conformidade contínua do seu negócio.

Aspectos Fiscais: Tributação e Formalização da Growshop

Assim como qualquer outro negócio no Brasil, a growshop está sujeita a uma série de obrigações fiscais e tributárias. A formalização da empresa é o primeiro passo para operar legalmente e evitar problemas com o fisco. A escolha do regime tributário adequado é crucial para a saúde financeira do negócio.

CNAEs Ideais para Growshops

Na hora de formalizar sua growshop, é fundamental escolher corretamente o CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas), pois ele define a tributação e a regularidade do negócio. Para esse tipo de loja, os códigos mais adequados costumam estar ligados ao comércio varejista de artigos de jardinagem e insumos agrícolas. Alguns exemplos comuns são: CNAE 4789-0/99 (Comércio varejista de outros produtos não especificados anteriormente), que pode englobar acessórios e equipamentos variados; CNAE 4759-8/99 (Comércio varejista de outros artigos de uso doméstico não especificados anteriormente); ou ainda CNAE 4789-0/01 (Comércio varejista de flores, plantas e sementes), caso haja foco em substratos e insumos para jardinagem. A escolha correta deve considerar o mix de produtos da loja e sempre ser validada com o contador, garantindo enquadramento tributário seguro e evitando riscos fiscais.

Formalização da Empresa:

Para abrir uma growshop, é necessário obter um CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica). Os passos básicos para a formalização incluem:

  1. Definição da Natureza Jurídica: As opções mais comuns para pequenos e médios negócios são MEI (Microempreendedor Individual), para faturamentos de até R$ 81.000,00 anuais ou Microempresa (ME), para faturamentos de até R$81.000,00 anuais, ou Microempresa (ME), para faturamentos de até R$81.000,00 anuais,ou Microempresa (ME), para faturamentos de até R$360.000,00 anuais. Para faturamentos maiores, as opções são Empresa de Pequeno Porte (EPP) ou outros tipos societários. A escolha dependerá do porte e da projeção de faturamento do negócio.
  2. Registro na Junta Comercial: O registro do contrato social ou do Requerimento de Empresário Individual na Junta Comercial do seu estado é o que formaliza a existência da empresa.
  3. Inscrição Estadual e Municipal: A Inscrição Estadual é necessária para empresas que comercializam produtos (contribuintes de ICMS). A Inscrição Municipal é para empresas que prestam serviços (contribuintes de ISS). No caso de uma growshop que vende produtos, ambas podem ser necessárias.
  4. Alvará de Funcionamento: Emitido pela prefeitura do município onde a growshop será instalada, atestando que o local está apto a receber a atividade comercial.
  5. Licenças e Vistorias: Dependendo do município e do tipo de produto comercializado, podem ser necessárias licenças específicas (sanitárias, ambientais, etc.) e vistorias do Corpo de Bombeiros.

Regimes Tributários:

A escolha do regime tributário impacta diretamente a carga de impostos e a forma de apuração. As principais opções são:

  • Simples Nacional: Regime simplificado e unificado de arrecadação de impostos, ideal para micro e pequenas empresas. As alíquotas variam conforme o faturamento e a atividade. É geralmente a opção mais vantajosa para growshops de pequeno e médio porte, pois unifica IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, IPI, ICMS, ISS e Contribuição Previdenciária Patronal em uma única guia.
  • Lucro Presumido: Regime em que o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) são calculados com base em uma presunção de lucro, definida pela Receita Federal de acordo com a atividade da empresa. PIS, COFINS e ICMS/ISS são apurados separadamente. Pode ser vantajoso para empresas com margens de lucro elevadas.
  • Lucro Real: Regime em que o IRPJ e a CSLL são calculados com base no lucro contábil efetivo da empresa. É obrigatório para empresas com faturamento anual superior a R$78 milhões e para algumas atividades específicas. Geralmente, é mais complexo e exige um controle contábil mais rigoroso.

Impostos e Obrigações Acessórias:

Independentemente do regime tributário, a growshop estará sujeita a diversos impostos e obrigações acessórias:

  • ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços): Imposto estadual que incide sobre a venda de produtos. A alíquota varia de estado para estado.
  • ISS (Imposto sobre Serviços): Imposto municipal que incide sobre a prestação de serviços (se a growshop também oferecer serviços, como consultoria de cultivo).
  • PIS e COFINS: Contribuições federais sobre o faturamento.
  • IRPJ e CSLL: Impostos sobre o lucro da empresa.
  • Obrigações Acessórias: Declarações e documentos que devem ser entregues ao fisco (federal, estadual e municipal) para informar as operações da empresa e apurar os impostos. Exemplos incluem SPED Fiscal, EFD Contribuições, DCTF, entre outros.

A complexidade da legislação tributária brasileira exige que o empreendedor de growshop conte com o apoio de um contador especializado. Um profissional qualificado poderá auxiliar na escolha do regime tributário mais vantajoso, na correta apuração e recolhimento dos impostos, e no cumprimento de todas as obrigações acessórias, garantindo a conformidade fiscal do negócio e evitando problemas futuros.

Empreendendo com Segurança no Mercado de Growshops

A abertura de uma growshop no Brasil, embora possa gerar dúvidas devido à sua associação com o cultivo de cannabis, é uma atividade comercial legal, desde que operada dentro dos limites da lei. O sucesso nesse mercado emergente depende não apenas da qualidade dos produtos e do atendimento ao cliente, mas, fundamentalmente, da rigorosa conformidade com os aspectos legais e fiscais.

Empreendedores que desejam ingressar nesse segmento devem priorizar a formalização do negócio, a escolha do regime tributário mais adequado e o cumprimento de todas as obrigações fiscais. Manter-se atualizado sobre as mudanças na legislação, especialmente aquelas relacionadas à cannabis medicinal e industrial, é essencial para navegar com segurança nesse mercado em evolução.

Contar com o apoio de profissionais especializados, como advogados e contadores com experiência no setor, é um investimento que pode evitar problemas futuros e garantir a sustentabilidade e o crescimento da sua growshop. Com planejamento, conhecimento e responsabilidade, é possível construir um negócio próspero e em total conformidade com a lei brasileira.

Conte com a Atlantis Contabilidade Digital

Abrir uma growshop exige planejamento e atenção aos detalhes legais e fiscais. Para não correr riscos e garantir que sua empresa esteja sempre em conformidade, conte com a Atlantis Contabilidade Digital. Somos especialistas no mercado digital e ajudamos você desde a escolha do CNAE ideal até o enquadramento tributário mais vantajoso, além de oferecer suporte completo na gestão fiscal e financeira. Fale agora com a nossa equipe e descubra como podemos impulsionar o crescimento da sua empresa com segurança e estratégia.

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